A maior ponte militar alguma vez montada em Portugal abre hoje ao trânsito na vila de Coruche e vai permitir que os habitantes daquele concelho continuem a fazer a travessia entre as duas margens do rio Sorraia.
Devido às obras de manutenção nas várias pontes do concelho de Coruche, o Exército Português, a Câmara Municipal daquela vila ribatejana e o Instituto Estradas de Portugal - através da Direcção de Estradas de Santarém - celebraram um protocolo de cooperação para a construção de uma ponte metálica de 51 metros sobre o rio Sorraia, instalada num desvio provisório do trânsito da Estrada Nacional 114.
«As outras estão em manutenção e portanto encerradas ao trânsito e a alternativa foi montar uma ponte militar para permitir que o trânsito decorresse com normalidade entre as duas margens», afirmou à agência Lusa o porta-voz do Exército, tenente-coronel Hélder Perdigão, a propósito desta infra-estrutura construída pela Escola Prática de Engenharia (EPE) e que irá ser utilizada nos próximos dois meses.
O militar referiu que os trabalhos em prol das populações são uma actividade habitual no Exército, mas salientou que nesta ponte há uma inovação: «É a ponte com maior vão, tem uma distância de 51 metros entre os seus dois pés, e portanto é a maior ponte metálica» feita em Portugal, disse o tenente-coronel.
Segundo o Exército, este tipo de pontes são montadas por vários blocos, quase como uma construção em 'LEGO', sendo que no caso da ponte de Coruche, que decorreu entre 8 e 19 de Junho, foram utilizados «232 painéis metálicos, ligados entre si por 45 vigas metálicas - totalizando um peso de 103 toneladas - e estiveram envolvidos cerca de 40 militares e 10 viaturas».
Desde há cerca de 30 anos que a Engenharia Militar, no âmbito do denominado Plano de Actividade Operacional Civil, desenvolve trabalhos em prol das populações, destacando-se «a abertura e beneficiação de mais de 43 000 quilómetros de estradas e caminhos, obras pioneiras e marcantes como as construções dos aeródromos do Pico, do Corvo e de Mogadouro, e o apoio a mais de 670 entidades».
São principais unidades executantes a Escola Prática de Engenharia (em Tancos), o Regimento de Engenharia Nº1 (em Lisboa) e o Regimento de Espinho Nº3 (em Espinho), cobrindo desta forma todo o território continental.