domingo, 7 de fevereiro de 2010

Enquanto o governo de São Paulo amplia as pistas da Marginal do Tietê, os Estados Unidos tenta reverter rios do páis ao estado original

O objetivo, segundo os organizadores, não é apenas a preservação ambiental, mas também o bem estar da população. Rios preservados são fontes de água limpa e causam menos enchentes.

O projeto “Rios Sustentáveis” é uma iniciativa da organização The Nature Conservancy em parceria com o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos – órgão responsável pela gestão da maior parte dos recursos hídricos do país.

A proposta está sendo aplicada como teste em oito rios. O primeiro foi o Green River, no estado do Kentucky, que se estende por mais de 600 km, ligado a uma rede de cavernas e que abriga mais de 150 espécies diferentes de peixes. A criação de uma represa alterou o curso do rio, a temperatura da água e atrapalhou a reprodução dos peixes.

Com o projeto, os engenheiros militares estão revendo como a água é liberada da represa, para deixá-la mais próxima das condições naturais da área.

O Green River é muito diferente do rio Tietê. E, embora entre os rios do projeto existam alguns que passam por áreas urbanas, nenhum atravessa nada parecido com São Paulo, uma das maiores cidades do mundo.

Mas, para Andy Warner, coordenador do projeto, a proposta é apenas o primeiro passo. “Temos oito rios para teste, para mostrar que isso é possível. Mas nossa ambição é grande. Queremos levar isso para todos os rios dos Estados Unidos, mesmo nos grandes centros”, afirma Warner.

Para ele, a tendência mundial é essa: reduzir a urbanização e reverter os rios à sua condição natural. Mas isso seria possível em uma cidade com mais de 11 milhões de habitantes?

Para Warner, sim. “Na minha experiência, essa história de que há um conflito entre o social e o ambiental, entre o desenvolvimento e a preservação, é besteira. É perfeitamente possível – e desejável -- que os dois convivam pacificamente. É preciso pensar de maneira criativa”.