quinta-feira, 29 de outubro de 2009

2º Batalhão de Engenharia de Combate

2º BECmb - O Batalhão Borba Gato


Sessenta anos já são passados daquele 15 de maio de 1946, quando a assinatura do decreto reservado nº 21.134-A determinou a criação do 2º Batalhão de Engenharia de Combate.
A pacata Princesa do Norte experimentava ainda contentamento e orgulho pela volta de seus filhos que tinham ido pelejar na Itália, na 2ª Guerra Mundial, quando o 2º BE Cmb iniciou sua laboriosa permanência em solo pindamonhangabense.

Dados históricos revelam que o 2º BE se originou do 5º Batalhão de Engenheiros que surgiu em 1908, em Cáceres/MT, e fora comandado pelo memorável marechal Rondon, Cândido Maria-no da Silva Rondon.
Em 1919, essa unidade passou a ser denominada de 2º Batalhão de Engenharia e foi transferida para a capital do Estado de São Paulo. De lá cogitou-se sua transferência para Pindamonhan-gaba no ano de 1932. Por contingências da época, isso não foi possível. Somente 15 anos depois ocorreu sua instalação neste município, com a chegada de seus primeiros oficiais e praças, em 11 de março de 1947.

Seu primeiro contingente constituiu-se de soldados oriundos de Lorena, São Paulo e de 97 conscritos de Pinda. A primeira incorporação ocorreu no dia 19 de março de 1947, marcando o início das atividades do Batalhão sob o comando do tenente-coronel Felisberto Esteves de Oliveira Batista.

Antes de serem ocupadas pelo 2º BE, as dependências deste quartel abrigaram outras unidades do Exército. O prédio havia sido construído para ser ocupado pelo Mercado Municipal, sendo adaptado para aquartelar o 2º Corpo de Trem (1914/1919). Com a transferência dessa unidade para Pirassununga, passou a ser sede de outras unidades, nesta seqüência: 2ª Cia de Transmissões (1930/1932), 12º Regimento de Cavalaria Independente (1932/1939), 2º Batalhão do 5º Regimento de Infantaria (até 1943), 1ª Companhia do 2º Batalhão do 6º Regimento de Infantaria (1943/1945), 2º Batalhão de Carros de Combate Leve e, em 1947, 2º BE Cmb.

A área ocupada pelo 2º BE, incluindo a praça defronte e ruas do local são, na verdade, guardiãs de parte mais significativa no que no que diz respeito à história de Pinda. Ali se erigiu a primeira igreja da então freguesia e futura vila que daria origem à cidade de Pindamonhangaba. Isso ocorreu no século XVII e a capela ficava com a frente voltada para onde depois se edificou a igreja matriz, o atual Santuário Mariano Nossa Senhora do Bom Sucesso.

Em 1877, quando Pinda recebeu os imperadores Pedro II e sua esposa dona Tereza Cristina, eles ficaram hospedados no palacete do visconde Francisco Marcondes Homem de Mello. Esse palacete ficava na Bicudo Leme, em frente à atual praça Padre João de Faria Fialho, a praça do Quartel. Na época o logradouro chamava-se largo da Princesa Imperial, em homenagem à princesa Isabel.
O 2º BE Cmb é composto por três companhias – a de Engenharia e Combate, a de Pontes e a de Comando e Apoio – e uma base administrativa. Dispõe de três áreas distintas, onde se encontram instalados o aquartelamento (frente à praça Padre João de Faria Fialho), Depósito de Material de Pontes (às margens do rio Paraíba) e a Vila Militar (entre os bairros Tabaú e Santana).

Seu contingente militar é constituído de oficiais (de carreira e temporários) da Arma de Engenharia; de oficiais dos serviços de Saúde, Intendência e Material Bélico; do quadro de praças, composto por subtenentes e sargentos (de carreira e temporários) de diversas qualificações, e de cabos e soldados oriundos de Pinda e municípios vizinhos.

Em termos de materiais o batalhão dispõe de equipamentos básicos de terraplenagem; de meios de transposição de água, tais como: equipagens flutuantes de pontes (ponte Ribbon Bridge e Uniflote, passadeira de alumínio, portada tática leve) e de ponte fixa Bailey, além de outros equipamentos e acessórios utilizados em diversas fases da transposição de um curso d’água. Possui também frota de veículos e outros equipamentos.

Nas atividades de cooperação de instrução o batalhão tem sido atuante junto às escolas de formação de oficiais e de sargentos (Academia Militar de Agulhas Negras, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva, Escola de Sargentos das Armas) e, em especial, com as unidades instaladas no Vale do Paraíba.

A missão do 2º BE não se limita à instrução e ao adestramento da tropa, a unidade também presta assistência social comunitária aos municípios. Nos casos de calamidade pública as ações do Batalhão são imprescindíveis, apoiando com material e pessoal na montagem de pontes provisórias, desobstrução de estradas quando ocorrem deslizamentos de terra, etc.

Alguns dos episódios mais marcantes envolvendo a participação do 2º BE Cmb em situações calamitosas foram:
• Em 1965, operação de construção de ponte de emergência para substituir a ponte Engenheiro Noronha (levada pela enchente) sobre o rio Pelotas, na região de Passo do Socorro, divisa com Santa Catarina;
• Em 1967, quando o município de Caraguatatuba, devido às enchentes, ficou isolado por via terrestre. O 2º BE promoveu o tratamento e distribuição de água para consumo, restabeleceu a ligação daquela localidade com São Sebastião, construindo ponte de cavaletes sobre o Rio Santo Antônio, distribuiu gêneros de primeira necessidade e prestou apoio em material explosivo na desobstrução de passagens;
• Em 1965, com a construção de ponte sobre o rio Fortuna, no Km 153 da rodovia São José dos Campos-Paraibuna, evitou isolamento das cidades de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilha Bela;
• 1983, a instalação de uma portada sobre o rio Paraíba para substituir, em situação de emergência, a ponte da Sapucaia, em Pindamonhan-gaba;
• Atividades de apoio e socorro foram prestadas mais recentemente em Campos do Jordão – no desabamento de encostas; em Limeira – montagem de ponte para restauração do trânsito no distrito industrial daquele município; Aparecida – apoio no deslizamento de encostas.

O 2º BE Cmb é subordinado diretamente à 2ª Divisão de Exército sediada na capital paulista.