Em sua exposição à subcomissão, o diretor admitiu que em regiões mais desenvolvidas e próximas aos grandes centros existe uma tendência de redução de uso dos serviços de engenharia do Exército em obras públicas, uma vez que essas obras podem ser feitas por empresas privadas.
Ele lembrou, porém, que existem situações em que o recurso ao auxílio dos militares faz mais sentido. Como é o caso das obras da rodovia que liga São Gabriel da Cachoeira (AM) a Cucuí (AM), na fronteira tríplice com Venezuela e Colômbia. "A participação do Exército nessas regiões é fundamental, uma vez que estará presente na fronteira e se adestrando para atividades de combate por meio da realização dessas obras", afirmou Freitas.
O presidente da subcomissão, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), concordou com a necessidade do emprego de tropas nas áreas de fronteira. "Em outros estados a maior competitividade das empresas resolve, mas nas regiões de fronteira os batalhões são indispensáveis. Mas esses batalhões não funcionarão sem recursos humanos e financeiros. É preciso lembrar que o programa Calha Norte só existe porque destinamos recursos a ele por meio de emendas parlamentares", ressaltou.
Pontes
O diretor do Dnit destacou a construção de novas pontes ligando o Brasil a diversos países vizinhos. Uma delas foi recentemente concluída sobre o rio Tacutu entre o estado de Roraima e a Guiana, conforme ele citou. Outro exemplo apresentado por Freitas foi a ponte que liga o Amapá à Guiana Francesa.
Segundo ele, faltam apenas os acessos e a instalação de órgãos como Receita Federal e Polícia Federal. Os projetos, informou o diretor, também preveem uma segunda ponte para o Paraguai e uma nova ponte entre o Brasil e o Uruguai, em Jaguarão (RS).
Pacífico
Freitas ressaltou ainda o crescimento da importância da China no comércio exterior brasileiro. Por isso, considerou "natural que o Brasil tenha que se voltar para o Pacífico, com investimentos ferroviários e hidroviários".
Uma das futuras soluções para essa demanda, de acordo com ele, é a Ferrovia Transcontinental, prevista no Plano Nacional de Logística de Transportes, mas ainda não contemplada no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A ferrovia ligaria o litoral norte do Rio de Janeiro a Cruzeiro do Sul (AC), na fronteira com o Peru.