The best world site specialized in military bridges and bridging. Best practices and lessons learned in military bridges. Sito specializzato in ponti militari e pontieri.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Tragédia na RSC-287 revela fragilidade nas pontes do centro do Estado
A queda de uma ponte em uma rodovia é um evento raro. A queda de quatro, uma improbabilidade estatística — com a qual o Rio Grande do Sul se defronta desde a terça-feira.
O trágico desabamento da passagem sobre o Rio Jacuí, em Agudo, foi o quarto desde os anos 80 em um trecho de apenas 180 quilômetros da RSC-287 e de seu prolongamento federal, a BR-287.
A repetição do improvável espanta especialistas, sugere que alguma característica da região possa estar fragilizando as estruturas de concreto e lança um alerta sobre os riscos para as outras travessias na área.
Das quatro pontes que caíram, duas tombaram durante as enchentes de 1984, no trecho federal da rota, a oeste de Santa Maria. As outras duas foram engolidas pela água no trecho leste, estadual, em 2003 e na semana passada.
Um levantamento feito junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) revela que pelo menos cinco pontes em rodovias caíram nas últimas décadas. Isso significa que 80% dos desabamentos contabilizados ocorreram em um pequeno intervalo de uma mesma estrada. É como se vários raios caíssem no mesmo lugar.
Ao todo, há duas dezenas de pontes entre Novo Cabrais e Santiago, trecho da rodovia onde ocorreram as quatro quedas — o que significa que 20% delas tombou.
— Estatisticamente, é raro uma ponte cair. Ter acontecido várias vezes no mesmo lugar é estranho. O que temos na mão é uma improbabilidade. É urgente investigar se há uma causa comum. É preciso ter cuidado para não apavorar a população, mas essa situação merece uma investigação especial — sustenta Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, doutor em Manutenção de Pontes, professor do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente da Associação Brasileira de Patologia das Construções.
O professor defende que se faça uma análise dos projetos das pontes da região para descobrir se eles compartilham alguma vulnerabilidade, e que se investigue se há particularidades no solo. Mas divide com outros especialistas a opinião de que a explicação mais provável está relacionada à erosão dos terrenos onde estão assentadas as fundações das estruturas da 287.
O engenheiro Eduardo Michelucci, integrante do Instituto de Perícias e Engenharia de Avaliações do Rio Grande do Sul, reforça:
— O que derruba uma ponte é solapamento das fundações. As fundações são estáveis enquanto o rio não remove o material que está lá. Se a areia e o solo são erodidos, a ponte fica instável, e uma cheia pode levá-la embora.
O que poderia estar favorecendo essa possível erosão, no entendimento dos engenheiros, é a elevação do volume e da velocidade da água nos rios da região, em um processo cumulativo. As características geográficas do entorno da rodovia dão pistas sobre por que isso pode estar acontecendo. A estrada está situada na Depressão Central do Estado, uma área baixa junto a encostas e ao início da Serra. Para lá fluem rapidamente, pela inclinação do terreno, as águas das regiões mais altas.
Nas últimas décadas, fatores extras acentuaram essa característica. A vegetação e as matas que ajudavam a reter e a atrasar a água rarearam. Ao mesmo tempo, a urbanização e a adoção de certas técnicas de plantio impermeabilizaram o solo. O resultado, segundo o engenheiro agrônomo Dalvan Reinert, vice-reitor e professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é que as águas chegam mais rápido e em maior volume aos rios.
Na véspera da queda da ponte, o Jacuí chegou a jorrar três piscinas olímpicas por segundo, conforme medição feita na Hidrelétrica de Dona Francisca. O volume de 8,2 mil metros cúbicos foi o maior já registrado no local. O recorde anterior, de 5,2 mil metros cúbicos, datava de 1997.
Nos anos 70, os Estados Unidos enfrentaram quedas de pontes provocadas pela erosão de fundações. A resposta foi a obrigatoriedade de inspeções periódicas por mergulhadores. É um procedimento caro, mas necessário, na avaliação de Silva Filho. A partir dele, seria possível saber as condições das fundações na 287 e promover eventuais reforços. Outro fator que pode estar envolvido é o assoreamento dos rios, que eleva seu nível e, por consequência, as enchentes.
— Quando se faz o projeto de uma ponte, levam-se em consideração as estatísticas sobre as maiores cheias. Se o nível de enchente na região está muito mais alto, como parece, todas as pontes podem estar em risco — avisa Geraldo Wolff, engenheiro estrutural e professor titular aposentado da UFRGS.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Exército provavelmente irá fazer ponte provisória na RSC 287
Brito Pereira também rebateu as críticas de que o órgão não faz vistorias nas pontes localizadas nas rodovias estaduais. "Temos sob nossa responsabilidade 2.500 pontes. Permanentemente, os técnicos dos 17 distritos do Daer realizam inspeções visuais. Caso seja constatado algum problema estrutural, o Departamento de Obras de Artes Especiais é imediatamente acionados e vai ao local", afirmou.
Exército provavelmente irá montar ponte provisória no Rio Jacuí em Agudo
Até lá, o Exército planeja a colocação de uma ponte provisória para garantir a retomada do trânsito na estrada Tabaí-Santa Maria (RSC-287). Atendendo a um pedido da governadora Yeda Crusius, técnicos do 3º Batalhão de Engenharia de Combate, de Cachoeira do Sul, já estiveram no local para avaliar as condições técnicas. O coronel Selmo Pereira, comandante da unidade, diz que uma das possibilidades é a utilização de uma ponte flutuante, com uma estrutura de metal sustentada por botes de borracha ou contêineres. A instalação de uma estrutura fixa de metal foi descartada, porque a maior ponte de que o Exército dispõe tem 60 metros – e apenas o trecho que caiu tem 132 metros. A decisão, porém, só será tomada depois de uma análise mais detalhada do local, quando o Jacuí voltar ao nível normal.
– Para a utilização de pontes flutuantes, precisamos avaliar a correnteza, a largura do rio e as margens – explica o coronel.
Daer diz que nada poderia ter evitado a tragédia
Segundo o diretor-geral do Daer, Vicente Britto Pereira, o comprometimento da estrutura impede que seja feita uma reforma na ponte. A parte que restou será fundamental para determinar as causas da tragédia. A partir da análise do concreto, técnicos do órgão pretendem descobrir se havia algum dano estrutural.
O diretor-geral do Daer afirma que a última vistoria na ponte foi realizada em 2007. Conforme ele, o documento com os detalhes da vistoria ainda está sendo procurado nos arquivos do Daer na região. Mas ele acredita que nenhuma fiscalização teria sido capaz de impedir a tragédia, por se tratar de um nível de água fora do comum. Ao subir 11 metros, a água atingiu pela primeira vez as vigas da ponte.
– Nenhum projeto foi feito para aguentar um esforço lateral dessa magnitude – argumenta.
O engenheiro civil Mauri Panitz, especialista em segurança viária, concorda que essa pode ter sido uma das causas do desabamento. Mesmo assim, critica a falta de fiscalização e de investimentos pelo Estado – e alerta que outras pontes correm o risco de cair.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
A tragédia das chuvas
Mesmo que cada um dos episódios dos últimos dias – o do Rio Jacuí, o de Angra dos Reis ou o da cidade paulista de Paraitinga – não guarde relação com uma causa única, não há dúvida quanto à influência das questões climáticas e do desrespeito ambiental nas várias tragédias. Direta ou indiretamente, a agricultura predatória, a derrubada das matas e a loucura do clima poderiam e deveriam ter sido limitadas por decisão dos governos e das comunidades. Num processo que envolve acúmulo de equívocos, nosso país e o mundo sofrem, agora impotentes, os efeitos de seus erros.
A frequência com que se repetem inundações, temporais, deslizamentos, furacões ou, no outro extremo, secas e incêndios, revela um descontrole que exige no mínimo uma nova postura das autoridades diante das tragédias em geral. As tradicionais “defesas civis” tornaram-se instituições cuja atuação já não se pode dizer que seja eventual. Ao contrário, transformaram-se em organismos cada vez mais estruturados e demandados. Deles se exige que tenham logística, mobilidade e flexibilidade. São uma espécie de pronto-socorro para os desastres de magnitude, que infelizmente não têm sido raros.
A gravidade da queda da ponte do Jacuí enseja, por isso, reflexão sobre a necessidade e a urgência de medidas permanentes, de caráter até mesmo supranacional, para garantir a preservação de condições que tornem o clima não uma ameaça, por sua instabilidade, mas uma garantia para as populações e para as lavouras. Fala-se, com razão, que essas ocorrências climáticas são tragédias anunciadas, que se repetirão em maio, em agosto e novamente em janeiro. Resta saber quando a sociedade e o poder público terão condições de contrapor à inevitabilidade das enchentes e à frequência com que ocorrem um mínimo de providências corretivas na área das estradas e pontes e na política ambiental.
Buscas a desaparecidos são suspensas no Rio Jacuí
Terminaram por volta das 18h30min desta terça-feira as buscas por terra às pessoas que desapareceram depois da queda da ponte sobre o Rio Jacuí, entre Restinga Seca e Agudo, na região central do Estado. Às 19h30min, foram suspensas as buscas pelo ar. Segundo a Defesa Civil Estadual, os trabalhos serão retomados por volta das 6h desta quarta-feira.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Queda de Pontes no Rio Jacuí, Rio Grande do Sul
Ponte sobre o rio Jacuí desaba com a força da enxurrada, na cidade de Restinga Seca
Segundo a corporação, oito pessoas que estavam sobre a estrutura foram resgatadas, além de outras sete que não teriam relação direta com a queda da ponte, como moradores de áreas ribeirinhas atingidas pela cheia do rio. Os Bombeiros de Santa Cruz do Sul afirmam que haveria de 20 a 30 pessoas sobre a ponte no momento do desabamento.
De acordo com o capitão Henrique, da Defesa Civil, os resgatados estavam agarradas em galhos de árvores do lado de Agudo do limite. O oficial afirma que mais de 100 homens da Polícia Militar, Força Aérea e Defesa Civil trabalham nos resgates. Capitão Henrique diz também que entre 80 m e 100 m da ponte desabaram no rio. De acordo com o oficial, nenhuma morte foi confirmada.
Os Bombeiros de Santa Cruz do Sul afirmam também que dois helicópteros - um da Base Aérea de Santa Maria (RS) e outro da Polícia Militar - foram encaminhados para auxiliar no resgate. Equipes de Porto Alegre e da região de Agudo trabalham no local.
A prefeitura de Agudo está cadastrando o nome de pessoas que estariam desaparecidas após o desabamento da ponte.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Após queda de ponte, balsa faz travessia no rio Miranda
Depois de ficar interrompida por cinco dias, após a queda de uma ponte, a travessia sobre o Rio Miranda, na região do Passo do Lontra, foi retomada na quinta-feira, depois que a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) disponibilizou uma balsa.
A ponte dá acesso a uma região repleta de fazendas e de pousadas no meio do Pantanal.A passagem pela ponte foi interrompida no sábado, 19 de dezembro. A estrutura de madeira cedeu quando um caminhão que transportava uma escavadeira passou pelo local. O excesso de peso foi apontado como a causa do incidente.
A Agesul informou que para recuperar a ponte será necessário a realização de processo licitatório.Após a queda da ponte, o governador André Puccinelli criticou o setor de transporte, afirmando que muitos veículos circulam com excesso de peso. Segundo ele, mais de cem pontes já foram destruídas por esse motivo.